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Entenda Por Que Furacões Perdem Força ao Tocar o Solo e Como Isso Afeta Fenômenos Como o Milton

  • jamensson
  • 10 de out. de 2024
  • 3 min de leitura

Imagem de satélite mostra o Milton deixando a Flórida. — Foto: NOAA


O furacão Milton, que atingiu a Flórida na quarta-feira (9), perdeu força ao tocar o solo, mas ainda causou inundações e destruição, deixando um rastro de vítimas. Embora o fenômeno tenha sido rebaixado para uma tempestade tropical ao seguir em direção ao Oceano Atlântico, a dinâmica por trás da perda de força de furacões como o Milton é crucial para entender a intensidade e o impacto desses eventos climáticos extremos.


Por Que Furacões Enfraquecem ao Tocar o Solo?


Furacões dependem da evaporação das águas quentes do oceano para manter sua energia. Ao atingir a terra, eles perdem essa fonte vital de combustível. Andra Garner, professora de Ciências Ambientais da Universidade de Rowan, explica que "a água morna do oceano alimenta a tempestade, e ao se afastar dela, o furacão perde força". Com menos evaporação e umidade disponíveis, a circulação de ar no sistema é interrompida, diminuindo a intensidade do vento e da tempestade.


Gráfico ilustra como a velocidade do vento diminui rapidamente quando um furacão atinge a terra. Eixo X mostra o período de tempo depois que o ciclone atinge a terra. — Foto: NOAA


Além disso, o ar sobre o solo é mais seco e contém partículas que reduzem ainda mais a umidade, enfraquecendo o furacão. O cisalhamento vertical do vento, que ocorre quando há mudanças na direção e velocidade do vento em diferentes altitudes, também pode misturar ar seco à tempestade, acelerando sua dissipação.


Impacto do Oceano e do Cisalhamento Vertical


O aquecimento dos oceanos desempenha um papel fundamental na formação e intensificação dos furacões. Quando se deslocam sobre águas quentes, como as da Corrente do Golfo, os furacões ganham energia rapidamente. No entanto, ao se moverem para latitudes com águas mais frias, como no caso do Milton ao seguir para o Atlântico, o enfraquecimento é ainda mais acelerado, pois o oceano mais frio não fornece o calor necessário para sustentar a tempestade.


Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo, reforça que "os furacões precisam de um oceano muito quente para se intensificar. Se essa fonte de calor se perde, eles começam a enfraquecer rapidamente".


Trajetória de todos os ciclones tropicais que se formaram no mundo entre 1950 e 2005. — Foto: NASA/National Hurricane Center


O Futuro dos Furacões


Embora furacões percam força ao atingir o solo, isso não significa que seu impacto é insignificante. Os danos causados por alagamentos, ventos fortes e tempestades ainda podem ser devastadores. No caso do furacão Milton, apesar da redução de intensidade, ele continua sendo uma ameaça em potencial, especialmente em áreas costeiras.


Essa dinâmica de perda de força após atingir a terra, somada ao rápido aumento da intensidade de furacões no Atlântico, alerta os especialistas para temporadas de furacões cada vez mais intensas. O aquecimento global, com oceanos mais quentes, tem favorecido a formação de fenômenos mais potentes, e a tendência é que esses eventos se tornem ainda mais frequentes e destrutivos no futuro.


Com o furacão Milton agora se transformando em uma tempestade tropical, o fenômeno continua sendo monitorado de perto por especialistas, que destacam a importância de entender como fatores climáticos e geográficos influenciam o comportamento desses ciclones tropicais.


Pior temporada de furacões


Apesar das temporadas de furacões ocorrerem anualmente nos Estados Unidos, o rápido aumento da intensidade desses fenômenos e a frequência com que eles têm se formado chama a atenção dos especialistas.


Os eventos recentes mostram o que pode ser a pior temporada de furacões da história, com fenômenos muito intensos e grande potencial de destruição.

 
 
 

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